02 dezembro 2010

NICOLINAS

Nascemos, crescemos, tornamo-nos adultos e morremos. Brincamos, zangamo-nos, procriamos e desaparecemos. Este é o resumo do ser humano. Mas às pessoas de Guimarães, àquelas que trazem no ADN um amor a uma cidade demasiadas vezes mais madrasta que mãe, está reservado um acontecimento, não pontual mas perene, que os acompanha em cada estágio da vida: as Nicolinas.

Está tão enraizado que só tarde, quando os de fora nos "abrem os olhos", é que nos apercebemos da singularidade de uma tradição com mais de 300 anos. Dá-se um clique. É que estas festas são tão naturais no nosso crescimento como esfolar um joelho ou jogar ao elástico.

Hoje de manhã cedo, enquanto caminhava até ao comboio, ouvi aquele batimento cardíaco exclusivo da minha cidade: o rufar das caixas ao compasso do bizarro fantoche. O ouvido estranhou: hoje é dia 02 de Dezembro... O Pinheiro já passou, as Maçazinhas, Pregão, Posses, Magusto, Baile e Danças ainda estão por vir. Só poderia ser o chamamento para as Novenas.

E, à medida que os meus passos rápidos me afastavam daquele som, a alma ia caminhando mais cheia de Guimarães.

1 comentário:

Anónimo disse...

Que saudades já tinha de ti "Tendinha".
Bjocas
Nude