Será que as pessoas que adoram dar opinião na vida dos outros não sabem que toda a gente tem um espelho em casa?
Mind you own business, damn!
03 dezembro 2008
01 dezembro 2008
Nó na garganta
Sempre gostei de histórias – mesmo que ficção – que me atam um nó na garganta.
Benicio del Toro. Nunca me tinha apercebido antes como gosto deste actor. “Coisas que perdemos pelo caminho” fez-me encontrar esse apreço. Benicio (Jerry) é um viciado em heroína. Partilha a história com Halle Berry (Audrey), que está a passar pela pesada dor do luto. O marido, assassinado enquanto tentava salvar uma mulher que estava a ser brutalmente espancada pelo companheiro, cruza estas duas vi(d)as. No meio, os dois filhos que, à sua maneira, buscam também uma forma de sobreviver à morte.
A história equaciona-se da seguinte forma: negativo vezes negativo dá positivo. E, por isso, é um relato da caminhada para o abismo de duas pessoas – uma através do luto, outra através do vício – e que, exactamente por estarem a fazer esse percurso, se salvam. Os planos-detalhe (a forma de encaixe dos corpos para que Audrey consiga dormir, a carícia no lóbulo da orelha, os olhos raiados de dor, a aliança deslizando do dedo enquanto toma banho que comprova a morte) são as pontas que apertam este nó.
Questiona se realmente vale a pena chorar o que perdemos pelo caminho – não todas as coisas, mas se calhar aquelas que achamos importantes e, no fundo, são indiferentes, porque são, afinal, apenas coisas. E de um filme como este não poderia deixar de sair uma lição para pôr o telespectador a reflectir. “Accept the good” para Audrey e “One day at the time” para Jerry. Se bem que para ambos, e para todos nós, as duas máximas são válidas.
Accept the good… One day at the time!
Numa destas noites de insónia (que até têm sido relativamente raras) o computador (correspondeu à minha necessidade de ver um filme, já que ultimamente tem andado bastante selectivo e permite-me ver apenas o que lhe apetece, sem que eu ainda me tenha apercebido quais são os seus critérios) lá me deu o gosto de assistir a “Coisas que perdemos pelo caminho”. Estreado em 2007, o filme é da experiente realizadora dinamarquesa Susanne Bier.
Benicio del Toro. Nunca me tinha apercebido antes como gosto deste actor. “Coisas que perdemos pelo caminho” fez-me encontrar esse apreço. Benicio (Jerry) é um viciado em heroína. Partilha a história com Halle Berry (Audrey), que está a passar pela pesada dor do luto. O marido, assassinado enquanto tentava salvar uma mulher que estava a ser brutalmente espancada pelo companheiro, cruza estas duas vi(d)as. No meio, os dois filhos que, à sua maneira, buscam também uma forma de sobreviver à morte.
A história equaciona-se da seguinte forma: negativo vezes negativo dá positivo. E, por isso, é um relato da caminhada para o abismo de duas pessoas – uma através do luto, outra através do vício – e que, exactamente por estarem a fazer esse percurso, se salvam. Os planos-detalhe (a forma de encaixe dos corpos para que Audrey consiga dormir, a carícia no lóbulo da orelha, os olhos raiados de dor, a aliança deslizando do dedo enquanto toma banho que comprova a morte) são as pontas que apertam este nó.
Questiona se realmente vale a pena chorar o que perdemos pelo caminho – não todas as coisas, mas se calhar aquelas que achamos importantes e, no fundo, são indiferentes, porque são, afinal, apenas coisas. E de um filme como este não poderia deixar de sair uma lição para pôr o telespectador a reflectir. “Accept the good” para Audrey e “One day at the time” para Jerry. Se bem que para ambos, e para todos nós, as duas máximas são válidas.
Accept the good… One day at the time!
Numa destas noites de insónia (que até têm sido relativamente raras) o computador (correspondeu à minha necessidade de ver um filme, já que ultimamente tem andado bastante selectivo e permite-me ver apenas o que lhe apetece, sem que eu ainda me tenha apercebido quais são os seus critérios) lá me deu o gosto de assistir a “Coisas que perdemos pelo caminho”. Estreado em 2007, o filme é da experiente realizadora dinamarquesa Susanne Bier.
Porque eu também estive lá
29.11.2008. Pela primeira vez na minha vida não estive no Pinheiro, essa festa magnífica cujas particularidades apenas os vimaranenses entendem. Não estive, mas estive. Estive presente em todos os meus amigos, companheiros de farra, vinho do Porto e baquetadas…
Conto-vos, aqui, como foi o meu Pinheiro. (Lembrem-se que em Cabo Verde vivemos uma hora antes):
20:10 Snowra
Já me tinha deixado uma mensagem para eu ouvir aquele som esmagador e que, atravessando o espaço e o tempo, me leva à minha terra. Fechei os olhos e ouvi o toque do nosso Pinheiro, como durante a tarde que antecede o cortejo o ouço na minha casa, enquanto ultimo os preparativos para a grande noite.
Conta-me que queria beber um vinho do Porto e exactamente nesse momento, a minha irmã que estava com a minha caixa (aquela que tem a mesma pele desde que a comprei, com o asterisco que lhe desenhei quando tinha os meus 16 anos) aparece e lhe oferece um cálice.
Diz-me também que este ano ninguém foi ao Bolama comprar a nossa garrafita de vinho do Porto. É quando surge a voz da Susana dizendo que “O Bolama faliu!” e insistia “O Bolama faliu!”, “Oh Cat, o Bolama faliu!”.
E assim a Sofia foi passando o telefone por todos os presentes através dos quais estive neste Pinheiro. Silvi, Vânia, Cachada, Paulinha, Vila Verde, Drecas e até a Rute. Falei com todos, brindaram por mim e gritaram o meu nome. Senti-me tão bem, tão deles, tão nosso.
01:03 PD Tartaruga
Não fala. Não era preciso. Estou com ela também. Só me faz ouvir o toque de novo e outra vez…
02:58 Vila Verde
Paulinha e Silvi disputam o telemóvel para comunicar comigo. O Vila tenta mediar a situação. As botas cheias de lama e a chuva que, afinal, não caiu (Eu sabia!) são o entusiasmo da conversa. A Paulinha quer dizer-me algo… disse-o e sentiu-se mais feliz. E eu por ela. Falam, discutem, brincam e eu sinto-me numa dimensão etérea. No escuro da minha casa, a cabeça ensonada, estou lá mas estou cá.
04:36 Algum 93…
A Paulinha estava apostada em terminar com o saldo do telemóvel de qualquer vivente que se lhe cruzava pelo caminho… Contou-me a sua paragem no Milenário, o que lhe fez lembrar, a sua expiação e reencontro com o que é realmente importante. Palavras que não se dizem, que às vezes pensamos que não precisam de serem verbalizadas, mas que, no tempo certo, são como a ausência da chuva na noite do Pinheiro.
04:45 Careca
Paulinha continua a sua saga de esgotar créditos alheios em chamadas internacionais. “Amanhã pago-lhes, este ano não trouxe nada comigo, só dinheiro e chaves, e sabes bem porquê.” Sei, Paulinha, claro que sei! J Enquanto a Paulinha monopolizava os aparelhos de comunicação móvel, imagino a Silvi a tentar também mandar de sua justiça, usurpando, quando podia, o telemóvel. Nisto tudo só tive tempo de mandar um beijo ao Careca e Laipaz.
Os saldos esgotam-se e eu estou feliz. Estive lá. Quando conversarem sobre o Pinheiro eu também terei histórias para contar.
Para a posteridade deste Pinheiro, fica a minha caixa sem o seu autocolante 2008 e as minhas inexistentes fotos da loja do Palmeiras, onde todos, de nariz e dedo indicador espetado, procuram a sua cara/estado/grupo.
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